Introdução
O exame SDHEA é uma análise importante para avaliar a produção de hormonas pelas glândulas suprarrenais. Este teste mede os níveis de sulfato de desidroepiandrosterona (SDHEA) no sangue, uma hormona precursora de outras hormonas sexuais. A sua realização desempenha um papel crucial na deteção de distúrbios hormonais e no diagnóstico de diversas condições médicas.
O exame de SDHEA auxilia os médicos na identificação de problemas nas glândulas suprarrenais, ovários ou testículos. Além disso, pode ser útil para investigar casos de puberdade precoce, hirsutismo ou infertilidade. Este artigo irá explorar, em detalhe, como funciona o exame SDHEA, os seus procedimentos e a sua relevância no contexto médico. Também abordaremos o que pode significar apresentar níveis baixos de SDHEA e como interpretar os resultados deste teste.
O que é o exame SDHEA?
O exame de SDHEA mede os níveis de sulfato de desidroepiandrosterona no sangue. O SDHEA é uma forma sulfatada da desidroepiandrosterona (DHEA), uma hormona esteroide produzida principalmente pelas glândulas suprarrenais. Esta forma sulfatada representa cerca de 98% dos precursores androgénicos circulantes e apresenta maior afinidade pela albumina plasmática, o que resulta numa eliminação metabólica mais lenta.
Função do hormônio no organismo
O SDHEA tem um papel crucial na regulação do equilíbrio hormonal. Atua como precursor de outros hormonas esteroides, como a testosterona e o estrogénio. Além disso, contribui para a manutenção da função imunológica, melhoria da função cognitiva e saúde óssea. Níveis anormalmente baixos de SDHEA podem estar associados a doenças cardiovasculares, osteoporose e comprometimento cognitivo.
Diferença entre SDHEA e DHEA
A principal diferença entre SDHEA e DHEA é a presença de um grupo sulfato no SDHEA. Enquanto o DHEA é produzido nas glândulas suprarrenais, ovários e testículos, o SDHEA é produzido exclusivamente nas glândulas suprarrenais. O SDHEA tem uma meia-vida mais longa e não apresenta alterações significativas na concentração conforme o ritmo circadiano, tornando-o um parâmetro mais estável para avaliar a atividade adrenocortical.
O Papel da DHEA na Fertilidade
A suplementação com desidroepiandrosterona (DHEA) tem despertado interesse como abordagem terapêutica para mulheres com baixa reserva ovariana ou resposta insatisfatória à estimulação ovariana durante tratamentos de fertilização. Embora amplamente utilizada, sua aplicação clínica permanece objeto de debate devido à necessidade de evidências conclusivas sobre sua eficácia. Leia nosso artigo sobre fertilização in vitro.
Estudos preliminares indicam que a DHEA pode contribuir para uma maior recuperação de oócitos, além de melhorar a qualidade tanto dos oócitos quanto dos embriões. Também se observa um possível aumento nos níveis do hormônio antimülleriano (AMH), marcador da reserva ovariana, o que sugere um impacto positivo na função reprodutiva. Por apresentar perfil de segurança favorável e administração relativamente simples, a DHEA é considerada uma intervenção potencialmente útil em casos de envelhecimento ovariano precoce ou fisiológico.
No entanto, apesar desses resultados promissores, a utilização rotineira da DHEA ainda carece de validação por meio de estudos clínicos amplos, bem desenhados e controlados, que sejam capazes de confirmar sua eficácia e estabelecer diretrizes claras para sua aplicação no contexto da saúde reprodutiva.
Como é realizado o exame SDHEA?
O exame de SDHEA é um procedimento simples que envolve a colheita de sangue. Este teste é fundamental para avaliar os níveis de sulfato de dehidroepiandrosterona no organismo.
Preparação para o exame
Para realizar o exame é necessário um jejum de 4 horas. Não há necessidade de preparos especiais além do jejum. Os pacientes podem fazer o exame em casa ou num laboratório.
Processo de coleta de sangue
A colheita de sangue é realizada por um profissional de saúde qualificado. O procedimento é rápido e segue padrões rigorosos de operação para garantir resultados confiáveis.
Interpretação dos resultados
Os resultados do exame de SDHEA são normalmente entregues num prazo de 5 dias. Os valores de referência variam conforme o sexo:
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- Homens: 80 a 560 ug/dL
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- Mulheres: 35 a 430 ug/dL
O SDHEA é um marcador importante da função cortical adrenal. Níveis elevados podem indicar hiperplasia adrenal congénita, carcinoma adrenal ou síndrome de Cushing. Valores baixos podem sugerir doença de Addison ou hipoplasia adrenal. Este exame também é útil para avaliar mulheres com infertilidade, amenorreia ou hirsutismo, ajudando a identificar a fonte de androgénios.
Conclusão
O exame de SDHEA tem um papel fundamental na avaliação da saúde hormonal. Ele mede os níveis de sulfato de dehidroepiandrosterona no sangue, ajudando os médicos a identificar problemas nas glândulas suprarrenais e outros distúrbios hormonais. Este teste também é útil para investigar condições como puberdade precoce, hirsutismo e infertilidade, fornecendo informações valiosas para o diagnóstico e tratamento.
A realização do exame SDHEA é um processo simples que envolve uma colheita de sangue após um breve jejum. Os resultados são interpretados com base em valores de referência específicos para cada sexo, permitindo aos médicos avaliar a função cortical adrenal e identificar possíveis anomalias. Em suma, é uma ferramenta essencial para a compreensão e gestão da saúde hormonal, contribuindo para um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais eficaz de várias condições médicas.
FAQs
1. Quais são as causas de um nível elevado de SDHEA?
Um nível alto de SDHEA pode ser indicativo de várias condições, incluindo a Síndrome de Cushing, que é caracterizada pela produção excessiva do hormônio cortisol pelo corpo. Outras causas incluem tumores nas glândulas suprarrenais ou o uso de determinados medicamentos, como os esteroides anabolizantes.
2. Qual é o intervalo normal para os níveis de SDHEA?
A resposta para esta pergunta não foi fornecida.
3. Qual é a diferença entre SDHEA e DHEA?
O SDHEA é basicamente a molécula de DHEA adicionada de um grupo sulfato, sendo produzido exclusivamente pelas glândulas adrenais. Por outro lado, o DHEA é produzido tanto pelas glândulas adrenais quanto pelos ovários nas mulheres. A interpretação dos níveis de cada um depende das queixas específicas do paciente, e é possível que os níveis de DHEA estejam elevados enquanto os de SDHEA estejam normais.
4. Como é realizado o exame de dehidroepiandrosterona?
O exame de dehidroepiandrosterona é feito através de uma coleta de sangue. Não é obrigatório estar em jejum para realizar o exame, mas caso o médico recomende, é importante seguir as instruções dadas. É essencial informar ao laboratório sobre o uso de quaisquer medicamentos.
Referências
Naredi N, Sandeep K, Jamwal VD, Nagraj N, Rai S. Dehydroepiandrosterone: A panacea for the ageing ovary? Med J Armed Forces India. 2015 Jul;71(3):274-7. doi: 10.1016/j.mjafi.2014.12.022. Epub 2015 Feb 25. PMID: 26288496; PMCID: PMC4534532. Acesso em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4534532/